Meta-artigo — um artigo sobre como escrever artigos no Medium

Henrique Junqueira Branco
gb.tech
Published in
5 min readNov 16, 2022

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Máquina de escrever vermelha
Máquina de escrever vermelha | Foto de Arash Asghari na Unsplash

A ideia geral é passar, através de uma visão bem macro, qual é o meu processo de escrita de artigo. O objetivo maior é incentivar pessoas a compartilharem cada vez mais conhecimentos através deste meio de publicações do Medium.

Disclaimer

Este artigo é puramente uma junção de várias visões e opiniões puras e pessoais minhas sobre como eu escrevo meus artigos. Não há nada escrito em pedras! E o que funciona para mim pode não funcionar para muitas pessoas, e está tudo bem. Cada um tem sua personalidade e individualidade.

Não há nada escrito em pedras! Lembrem-se!

Surgimento da ideia — sobre o que escrever?

Aqui já temos um primeiro impasse: sobre o que escrever? Eu tenho dois tipos de artigos na minha cabeça: técnicos e não técnicos. Vou discorrer sobre cada um deles na sequencia.

Temas técnicos (hard-skills)

Antes de mais nada, saiba o seu público e deixe claro o que será abordado (e obviamente aborde!) para evitar frustrações.

Os artigos técnicos normalmente são dicas ou simplificações de temas que eu aprendo ao longo dos meus estudos tanto no trabalho quanto fora dele. A melhor forma de absorver um conhecimento técnico é repassando-o. E nada melhor do que tirar da cabeça e colocar “no papel”. Em outras palavras, eu uso os artigos técnicos como forma de tentar consolidar um conhecimento técnico que eu aprendi. Por mais contraditório que pareça, a escrita de artigos técnicos me ajuda muito mais do que ajuda outras pessoas, pois organizar o texto, estruturar os tópicos, testar o código e ver a saída para produzir um artigo é uma das minhas formas primordiais de retenção de conteúdo.

E se você tivesse que explicar este tema para uma garotinha de 10 anos? Como você escreveria seu artigo?

Além do objetivo de fixação de conhecimento, a escrita de artigos técnicos também pode ter um viés muito mais de simplificação de uma outra preexistente. Se alguém lhe explicar algo e você ainda sim ficar confuso, estude mais sobre o tema e escreva o que você entendeu de forma simplificada com suas próprias palavras!

Outro ponto que saliento é que artigos técnicos não precisam ser inovadores e únicos. O que torna uma publicação técnica diferente das demais é justamente a personalidade na escrita e explicação, pois o código é sempre “do mesmo jeito”, não sendo fator diferencial.

Traduções de artigos de outras línguas também são uma oportunidade imensa de praticar o inglês e de quebra aprender mais sobre o tema do artigo em questão. Eu tenho bastante hábito de traduzir artigos que achei interessante e valem o compartilhamento em língua portuguesa. Faço a ressalva imensa de ao menos mencionar o autor original do texto escrito na outra língua. O ideal é solicitar autorização para traduzir e divulgar, mas alguns produtores de conteúdos podem não ser tão acessíveis. O mínimo é a menção clara e explícita. E aqui também trago outro ponto: tradução do tipo replicar o texto idêntico é legal, mas novamente, o diferencial está na sua opinião e esclarecimento sobre o tema, além da tradução.

Resumindo, com algumas sugestões de primeiros passos:

  • Pegue um tema ou uma parte que você está estudando (capítulo de livro, vídeo no YouTube, curso, etc.) e descreva os detalhes do que você aprendeu de novo;
  • Traduza, incluindo sua opinião, artigos escritos em outras línguas;
  • Não tente ser inovador e único no tema, o diferencial são suas palavras e a sua personalidade na escrita;
  • Saiba seu público e deixe explícito o que será abordado;

Temas não técnicos (soft-skills)

A escrita de temas não técnicos (soft-skills) envolve uma habilidade de contar histórias para tornar o texto envolvente. A criação de empatia, e o consequente desejo de continuidade da leitura, são construídos a partir de histórias em comum entre leitor e escritor.

Em 2017 eu escrevi este artigo sobre migração de carreira para área de ciência de dados e pasmem, pessoas até a data na qual escrevo este artigo, setembro de 2022, me procuram para trocar experiências e buscar mais dicas além do que está escrito.

A grande maioria das pessoas que me procuram citam vários pontos em comum com a vida delas, presente no artigo:

  • Cursou Engenharia Mecânica;
  • Começou com Excel e/ou VBA;
  • Passou raiva com Excel;
  • Estava insatisfeito com a carreira no momento;

Estes tópicos mencionados acima, dentre outros, mencionados no artigo como uma história linear, em ordem cronológica, cria diversos pontos de conexão entre o autor (eu) e o leitor.

Um outro exemplo: ao falar de um livro que você leu e gostou, conte a história de como você ficou sabendo que este livro existia, como você o encontrou, qual foi sua primeira percepção ao folheá-lo, se ele atendeu ou não suas expectativas, e se valeu ou não a pena a compra e leitura, acrescentando sua opinião sobre ele ao final.

A história enriquece o texto!

Gosta de algo no seu cargo atual? Conte-me como é, em detalhes. A ideia por trás é trazer a imagem que está na sua mente para o formato de texto.

Superou alguma dificuldade no seu trabalho? Que interessante! Conte-me como você adquiriu ao longo da sua aquelas habilidades que te ajudaram, talvez seja útil para mim, leitor do seu artigo…

Eu gosto de usar a seguinte estratégia de escrita para este tipo de artigos: sempre me imagino como se você, leitor, estivesse na minha frente, e eu fosse contando a história do artigo como se fôssemos amigos. “Porque eu prefiro PowerBI ao Tableau?”, “Nossa, como você migrou de área?”, “Como eu aprendi a me comunicar de forma mais eficiente?”, “Você sabe qual estratégia eu usei para conquistar aquele cliente/entregar aquele projeto/resolver aquele problema?”.

Talvez você esteja pensado: “Mas eu não consigo!”. Eu também não conseguia, mas de tanto praticar, hoje a escrita sai de forma natural.

O fato é:

Comece! Conte-nos sua história de vida ou algo que você ache interessante!

Em resumo: uma história envolvente associada à um pouco de criatividade e força de vontade podem te auxiliar a desenvolver seu processo de escrita.

Comecei a escrever e travei? O que faço?

Simples. A inspiração vem de forma natural. Começou a escrever e travou? As ideias não vem mais à cabeça? Não tem palavras pra continuar?

Pare, dê um passeio, vá fazer outra qualquer outra coisa. Pode ser estudar, ler, trabalhar, se divertir, jogar. E depois de um certo tempo, pode ser horas ou até mesmo dias, retome o artigo. A principal forma de destravar o fluxo de ideias é a distração. Os insights vem nos momentos de menor foco.

Quem nunca teve aquela ideia maravilhosa enquanto estava cantando no chuveiro? =)

Agradecimento e contatos

Se você chegou até aqui, é porque se interessou pela arte de escritas de meus artigos e leu até o final. Espero ter esclarecido um pouco sobre como eu faço. Obrigado pela sua leitura até aqui!

Gostaria de entrar em contato comigo para troca de experiência e discussões posteriores? Me procura no LinkedIn e vamos conversar mais! Terei prazer em ler seus artigos inspirados por este!

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Henrique Junqueira Branco
gb.tech

Life-time learner data scientist with great passion for new insights and technologies